Passados para Trás

Fomos passados para trás pelo mesmo argentino que nos "ajudou" a conseguir o Ap, ele também precisava de nós pra poder pagar e quanto mais o tempo passava mais ele se alimentava da nossa[...]

Por:Fausto Passaia                                                        Voltar para Parte I

Parte II (Final)

Quando uma pessoa sai de casa a primeira coisa que sente saudades é da sensação de estar seguro em seu lar. Eu só recuperei isso depois que pude, mediante o muito sacrifício, mudar-me para um apartamento.

Vou esclarecer que mudar-se a um apartamento em Buenos Aires é uma oportunidade que poucos dos com recursos escassos chegam a ter. Eu logrei conseguir graças a diversos fatores... é necessário um cidadão Argentino, empregado e com alguma propriedade que aceite compartilhar o Ap e usar seu nome no contrato, do contrário ou se aguenta viver num hostel ou se aluga um Ap com passaporte, o que pode custar no mínimo 800 dólares mensais , ou seja, impossível! Mas deixa eu mudar de assunto...

O que eu vivi aqui durante esse ano que passou foi uma lição, necessária,
e do qual a maioria dos que confiam demais nas pessoas sofrem.


Vou lhes contar algo sobre a cidade grande à aqueles que como eu nasceram
no interior: AS PESSOAS SÃO EGOISTAS E SOLITÁRIAS EM MEIO A MULTIDÃO E VIVEM ACEITANDO E PRATICANDO O QUE EU CHAMO DE LEI DO MAIS FORTE.

Aqui a maioria das pessoas consegue o que quer passando por cima de outros
não existe sentimento comum. O argentino nesse sentido é muito desconfiado

e descrente em um futuro. A maioria é pessimista e acredita que as coisas nunca vão melhorar e que para estar bem é necessário aproveitar oportunidades nem que passes por cima de alguém.

Isso aconteceu comigo e minha prima. Fomos passados para trás pelo mesmo argentino que nos "ajudou" a conseguir o Ap, ele também precisava de nós pra poder pagar e quanto mais o tempo passava mais ele se alimentava da nossa suada bonança monetária vinda do Brasil, até que um situação em especial nos fez ter certeza de que isso realmente estava acontecendo e eu já estava sozinho sem ter para onde ir, porque minha querida prima (hehehe)
meses antes desistiu da aventura e voltou pra Pindorama!

Mas a história não terminou mal, por sorte...

Vou citar uma frase de uma boa amiga de aqui, Karina Torres, moradora de San Telmo, mãe e esposa:
"Dios todo lo sabe y todo lo ve, Todo se paga en esta vida!"
E assim foi! Eu dei a volta por cima. Tive a sorte de conhecer algumas pessoas muito boas que se preocuparam por mim na situação que eu estava e me ajudaram muitíssimo!
Eu sai da gaiola onde estava sem poder levar minhas coisas...móveis, panelas e eletrodomésticos que eu e minha prima ajudamos a comprar. Fomos roubados descaradamente, a lei do mais forte em prática.
Hoje estou trabalhando numa boa companhia e alugando um bom apartamento no bairro de San Telmo.

Tenho a meu lado muitos amigos e pessoas especiais que estão todo o tempo comigo... Nunca estou sozinho!

• Deixo avisado àqueles que pensam que tudo são flores e que tudo é simples como um imagina. A VIDA REAL É COMPLICADA E DEVEMOS TER 2 OLHOS NA NUCA BEM ABERTOS SEMPRE!

Eu estou muito feliz com minha vida nessa enorme cidade cinza! Buenos Aires me acolheu me fez e faz passar bons momentos, me dá lições de vida constantemente e me faz apaixonar-me cada dia por ela.


MI BUENOS AIRES QUERIDA! Tenho medo de nunca poder deixar-te! 

FIM                                                      

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